13 março, 2013

Super-herói sem superpoder não é super-herói. Conheça agora alguns dos poderes do Cucaracha!

12 março, 2013

É, véi... pensando que ser super-herói é só ganhar poder e sair por aí?

11 março, 2013

04 novembro, 2006

BASEADO EM FLATOS REAIS

A história abaixo nasceu de uma visita a um casal de amigos, cerca de cinco anos atrás...

O maior sonho de Pepito Manolo Toledano, 12 anos, era tornar-se um grande guitarrista de rock. Seu apreço e dedicação ao som pesado não eram bem vistos – ou deveria dizer ouvidos? – pela mãe, Isabelita Carmencita Gonzales Toledano, filha e neta de espanhóis e muito apegada à colônia galega.

A tolerância de Isabelita chegou ao máximo permitido certa tarde em que Pepito acompanhava na guitarra, em altíssimo volume, o mais recente CD do Marilyn Manson. Parecia que a intensidade dos acordes nascidos do instrumento ganhava três dimensões, dando um caráter volumétrico ao volume do som.

Com os tímpanos esfolados pelas cordas vocais e guitarrísticas de Pepito, Isabelita entrou no quarto do rebento rebentando aos berros:

- Menino! Pelo amor de Deus! Abaixa esse negócio!

Como garoto obediente que era, Pepito acatou às ordens expelidas pela mãe junto com os perdigotos de desespero que a acompanhavam.

- Desculpa, mãe! É queu tô estudando combinações musicais!
- Ai, filho! Logo se vê que você não entende nada de melodia! Você precisa se voltar a coisas mais sofisticadas, mais harmônicas, como suas raízes hispânicas!
- É mesmo, mãe? Então me mostra esse trampo aí das minhas raízes!

Dona Isabelita não esperava por aquela reação do filho. Porém, mesmo surpresa, aprovou a curiosidade dele e foram à sala, onde o antigo aparelho de som com toca-discos dava abrigo a inúmeras bolachas pretas de vinil. Sem escolher muito, ela apanhou um LP e colocou para tocar.
Após os típicos e inevitáveis estalos que antecedem o som propriamente dito, mãe e filho compartilharam a tal canção de raízes espanholas. O sorridente Pepito e a orgulhosa Isabelita trocaram comentários elogiosos:

- Mó viagem!
- Está ouvindo, filho? Isso, sim, é música!
- Tudo a ver, mãe! Agora, quando eu for compor, vou usar esse som como referência musical!

Para você ter uma idéia da definição de Isabelita sobre “músicas mais sofisticadas, mais harmônicas”, siga minhas instruções:

1) Grite durante o maior tempo a seqüência abaixo:
- AIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAIAI!!!!
2) Simultaneamente, bata palmas o mais rápido que puder.

Uma dica: esteja sozinho e tranque a porta do quarto para não dar vexame. Você vai entender porque o candidato a astro do rock curtiu tanto aquele som. Depois, queria que alguém me explicasse a grande harmonia que separa uma típica canção espanhola dos urros do Marilyn Manson.

11 outubro, 2006

O Lado Negro da Força pelo Mundo

Brasil : Os cavaleiros Jedi do lado negro da Força não entenderam bem o espírito da coisa e escutam samba, pagode, axé e funk.
América Latina: No Chile, na Colômbia e principalmente na Argentina, a situação do lado negro está... preta! Uáááááá!!!
EUA: Nos ônibus, Jedis do lado negro não podem sentar nos mesmos bancos reservados aos Jedis do lado luminoso. Um Jedi negro, ao avistar um branco, deve mudar de calçada. E vivem travando combates com os Jedis skinheads e da Ku Klux Klan.
Canadá e Austrália: Como ninguém sabe que eles existem, tendem a migrar para os Estados Unidos a ver se encontram um pouco de projeção. Alguns até conseguem. Mas você consegue distingui-los pelo sotaque.
Índia: São tantas as castas de Jedis que nem eles sabem quem é do Bem ou quem é do Mal. Na dúvida, quando dois deles se encontram, sai treta. Sempre.
Líbano e Países Árabes: São os que têm os sabres de luz mais perigosos. Os Jedis do lado negro usam-nos para cavar poços de petróleo e estão ganhando uma grana preta.
Japão: Levam uma ampla vantagem contra os Jedis do Bem, pois estes têm a mania de cantar o golpe antes de atacar, tipo: “Podeeeer telecinéticooo!!”, “Ataqueeee mentaaaaal!!”, “Saltooo de seis metrooooss!!”, “Raios Elétricooosss!!” Com isso, os Jedis do mal têm tempo de sobra para se defender e contra-atacar. Eles sabem que em briga não se conversa.
China: Se os seres humanos comuns que aparecem nos filmes de kung fu dão aqueles saltos impossíveis e lutam horas seguidas, imagine o que fazem os Jedis do lado negro!
Círculos Polares Ártico e Antártico: Como gostam de andar de preto, são alvos fáceis para os Jedis bonzinhos no meio daquela brancura toda da neve. Por isso, eles esperam pelas noites de seis meses para atacar.
África: Com a saída dos colonizadores ingleses do continente, os Jedis do lado negro estão em guerra entre si: os tutsi contra os bosquímanos, estes contra os bantos que lutam contra os sudaneses, que não topam os M’buti... é uma confusão que não se entende nada! Os quenianos são os mais espertos: correm mais rápido que qualquer um e deixam os adversários lá longe.
Europa: Depois da União Soviética se desmantelar em Rússia e resto, os Jedis começaram a brigar uns contra os outros, igualzinho na África. Na Irlanda acontece a mesma coisa.
Israel: Haja coragem pra fazer circuncisão com aquelas espadas de luz.!
Jamaica: É o único país em que eles não brigam. Ficam queimando fumo o tempo todo e rindo de qualquer coisa.

04 julho, 2006

Um Trapalhão na Casa Branca


A vitória nas eleições inflava-lhe o ego, deixando-o esquecido da "ajudinha" proporcionada pelo sistema de voto indireto do país. Poucos meses o fizeram sair de "candidato igual ao outro" a "presidente da nação mais poderosa do planeta". O título o deixava arrepiado.
Na primeira noite na residência oficial, não conseguia dormir. Atribuía a insônia à euforia do momento. Ria por dentro ao recordar-se daqueles que profetizavam-lhe um futuro medíocre. Diziam não se poder esperar muito de um caipira beberrão e pouco inteligente. Teve vontade de ligar para uma sigla governamental com fama sinistra e mandar que sumissem com os autores de tais comentários. Não. Nada disso. Infantil demais, até mesmo para ele.
De pijamas e sozinho no escritório, decidiu aproveitar a noite. Deixaria para dormir depois do primeiro dia de trabalho como chefe de Estado. O que estaria passando na TV a cabo tão tarde da madrugada?
E eis que um calafrio dominou-lhe a espinha. Um redemoinho quis levar para longe papéis e badulaques em cima de sua mesa. Quase inconscientemente, abraçou tudo a sua frente, enquanto enrodilhava as pernas da cadeira com as próprias.
Dentro da sala, a ventania aumentava. Frio na barriga; seus pés haviam se distanciado do carpete, sua cabeça dirigia-se ao teto, e ele aos gritos. Do mesmo teto que encarava, insinuou-se um par de sapatos elegantes e baratos. Vieram a seguir calças riscadas, o paletó com gravata e a cabeça com o cabelo engomadinho, que formavam, diante do presidente, a figura de um senhor de idade indefinida que ele jamais vira antes.
Aquele que acabara de atravessar o teto tinha um olhar penetrante, embora inexpressivo pela falta de sobrancelhas. Trazia na voz uma cordialidade repleta de cinismo, quando cumprimentou o apavorado presidente que flutuava agarrado à mesa e à cadeira.
– Olá, "Presidente da nação mais poderosa do planeta"! Isso deve ter te arrepiado, hem?
– Q-quem é você? – perguntou; a voz quase não saía.
– Quem sou eu? Não contaram? Achei que já me conhecesse. Ou não comentam mais certas histórias por aqui?
A expressão abobalhada do presidente respondeu por ele. O elegante homem sem sobrancelhas olhou para baixo e suspirou.
– Tá, tá. Chega de teatro. Vamos descer.
E enquanto o presidente despencava quase quatro metros, freando a meio centímetro do piso, o fantasmagórico visitante deslizou com classe a mesma distância.
– Vamos lá. Detesto perder tempo! – impôs o misterioso ser – E pára de apertar esse botão aí na mesa para chamar a segurança! Ele não vai funcionar por enquanto.
Tendo notado que o presidente empertigara-se e cruzara os dedos das mãos perto do peito após seu alerta, o visitante prosseguiu:
– Muito antes de seu tataravô nascer, rapazinho, os homens que queriam que este país crescesse fizeram uma espécie de pacto. Comigo...
– V-você é o... o...
– Não. Este a quem você quer se referir está acima de mim. Então, como eu estava falando, foi feito um pacto. Em nome de um bem maior, todos os presidentes eleitos em anos terminados em zero morreriam antes de completar o mandato. Começou com o velho Abe Lincoln: 1860. Assassinado em 1865. Depois, McKinley, 1900. Assassinado em 1901. Frankie Roosevelt: 1940, no segundo mandato, morreu em 1945, um ano depois do terceiro mandato. O safado do Kennedy: 1960, assassinado "misteriosamente"... ah, ah, ah! Desculpe... em 1963... E veja só! Você, meu caro, eleito em 2000! Espere! Estou esquecendo alguém. O Ronnie Reagan escapou. Quer saber como?
– C...
– Sabia que ia ficar curioso! A mãe dele mexia com feitiçaria. Muito espertinha, protegeu-o batizando-o de Ronald Wilson Reagan. Veja que lindo: conte as letras de cada um dos nomes dele e você tem 6, 6, 6... Quer melhor proteção? Ah, mas se você se lembra, o Ronnie sofreu um atentado e, bem depois, morreu de Alzheimer. Eu tinha de botar um dedo meu nessa história!
O organismo do presidente não sabia se tremia, transpirava ou acelerava o coração.
– Pois bem, rapazinho... – concluiu o visitante, com tal desprezo que nem encarava seu interlocutor – escolha o ano em que você quer morrer para que o país dê outro salto de desenvolvimento.
Embora famoso pelo raciocínio lento, o presidente pensou rápido.
– Quero fazer um novo acordo com você!
– Já esperava uma atitude dessas. Que vergonha! Falta a você o que seus antecessores tinham, que chamamos de "noção de compromisso". Estou vendo que seu intelecto limitado sabe trabalhar muito bem quando se trata da sua própria vida. Sem problemas, rapazinho. Ofereço a você uma troca.
– Tudo bem. Leve a minha esposa!
– Posso acabar de falar? A troca não é de um para um. Preciso de mais almas. Coisa na casa dos milhares.
– Milhares? Como?
– Milhares! Os números que vêm depois da casa das unidades, dezenas e centenas. Matemática, ouviu falar? Arrume vítimas. Uma guerra civil, um vazamento nuclear "acidental", um novo Vietnã. Fica a seu critério, "Presidente". Sei que você vai ter uma boa idéia. Vou me manter informado.
Não houve alarde quando o visitante desapareceu.
Pronto, agora havia um bom motivo para insônia. Se ao menos pudesse controlar a natureza, mandaria um furacão para a América Latina ou um terremoto que soterrasse o Oriente Médio. Gastou o resto da noite em busca de uma solução.
Nos primeiros raios de sol no horizonte, agarrou o telefone e teclou uma série de algarismos que sabia de cor.
– Alô? Pai? Tudo bom? Mamãe tá bem? Desculpa a hora, é que... eu... o senhor pode me passar o telefone daquele amigo seu, saudita, com quem o senhor jogava xadrez? Preciso falar com o filho dele, o Osama, se não me engano. Não, não tem a ver com xadrez, mas com torres.

27 junho, 2006

FuteBOSTA

Aproveitando o clima de Copa do Mundo, esse evento que, como a Transamazônica, não leva a lugar algum, um texto meu para refletir.


Certa feita, confessei que não gostava de futebol a um ex-melhor amigo. Ao que ele me respondeu:

– Quem não gosta de futebol é viado!

Será mesmo? Será que o amor ao esporte bretão supracitado anteriormente referido é privilégio apenas de não-homossexuais? Não acredito nesse tipo de segregação desportiva. Portanto, creio que cabe aqui uma análise psicológica do aficcionado por futebol:

1) Torcedores de futebol freqüentam estádios, nos quais a presença feminina é virtualmente nula. Pela popularidade do esporte, esses estádios costumam lotar, ficando os espectadores muito próximos uns dos outros, às vezes em trajes menores, às vezes sem camisa, suando e se esfregando para melhor observar o desenlace da partida. Curioso.

2) É normal encontrarmos torcedores de futebol andando em grupos grandes, imensos, incontáveis... só de homens. Nunca acompanhados de mulheres. É, né?

3) Em recentes anos, em eventos de RPG e convenções de fãs de seriados só avistávamos rapazes e garotos. Hoje podemos observar também o comparecimento de moças de todas as idades. O tempo, no entretanto, não passou para os torcedores de futebol, que continuam a se fazer acompanhar por iguais de gênero. Hummm...

4) Torcedores de futebol, com freqüência, são notórios por dispensar namoradas aos sábados e/ou domingos, com a desculpa de "bater uma bolinha com a moçada". Ou seja, a companhia de uma mulher é preterida à companhia de vários seres de mesmo sexo. Sei...

5) Torcedores de futebol casados costumam passar os domingos de jogo à frente da TV, tomando cerveja, enquanto suas "patroas" dedicam-se a outros afazeres. Quer dizer, mesmo os casados preferem dispensar a companhia feminina. Ceeeeerto!

6) Torcedores de futebol, quando seu time ganha ou perde um jogo – o que pouca diferença faz – , são dados a ataques de histeria coletiva, nos quais, não raro, ocorre a prática da depredação de patrimônio, choro copioso e manifestações de intensa euforia, mais uma vez, entre homens semidespidos suando, pulando e se esfregando mutuamente. Bem macho, isso.

7) Nas partidas de futebol, é comum a prática de criar formas de comemorações ao marcar um gol, tais como danças de gosto duvidoso, intensa agitação de quadris masculinos, abraços vindos por trás, aglomeração de jogadores e outras demonstrações de carinho sincero. Tenho medo de imaginar o que acontece em um vestiário depois de uma vitória.

Assim, depois de apresentar os dados coletados com a mais pura isenção, devo deixar que meus leitores concluam se podemos rotular de homossexuais aos que não apreciam futebol, ou se seus aficcionados e praticantes são apenas meros chegados a um bater de bolas uns com os outros. Ih! Deu duplo sentido! Foi mal!